O famoso martelo do deus Thor foi criado pelos anões Brokkr e Sindr depois de terem feito uma aposta com Loki. O martelo sempre retornava para a mão de Thor, ao ser arremessado, e o deus do trovão ainda poderia aplicar a força que desejasse, contra qualquer coisa, e a arma resistiria. O único defeito do martelo era o seu cabo curto demais, novamente culpa de Loki, que tentou atrapalhar o trabalho dos anões numa tentativa de não perder a aposta que fizera. Thor ainda podia guarda-lo em seu peito e talvez seja por isso, que muitos guerreiros usavam pingentes de colar na forma do martelo.
Não existem confirmações arqueológicas de que guerreiros vikings utilizassem martelos em suas batalhas, o que, somado as figuras rupestres do neolítico e da idade do bronze, nos leva a crer que o martelo tenha sido uma variação do machado.
O simbolismo do martelo vai muito longe, dentro da cultura e da sociedade. Mesmo que não tenha sido utilizada em batalhas datadas, ninguém dispensaria seu uso como arma prática. Vikings são homens do campo, de vida simples e a imagem do martelo era certamente muito frequente em suas vidas cotidianas. O Mjöllnir tinha uso cerimonial em casamentos, batizados, funerais e até juramentos.
Valquírias
As Valquírias são figuras importantes para o imaginário viking. Elas estão relacionadas com a escatologia presente em toda sua mitologia, como as mulheres que levam os guerreiros caídos até o Valhalla para serem treinados até o dia do Ragnarok, e ainda servem como uma boa representação do papel das mulheres dentro da sociedade. Não era comum que uma mulher pegasse em armas para lutar. A bem da verdade o único relato, do meu conhecimento, sobre uma mulher em combate é o da filha de Leif Erikson que, grávida, lutou contra os nativos da colônia de Vinland.
A maior parte das imagens encontradas referentes as Valquírias, mostram mulheres em trajes caseiros, com roupas simples e carregando chifres de hidromel. Noutras, mais raras, elas estão como são apresentadas nas lentas, vestindo cotas de malha e portando lanças de escudos. Algumas destas imagens foram encontradas em túmulos femininos, o que mostra a participação das mulheres dentro dos cultos odínicos.
Animais Totêmicos
Dos cães as aves, passando pelos ursos, a maior parte dos animais representados nas fontes literárias e na imagética viking são relacionados a Odin.
Os cães e lobos aparecem como companheiros e guias para o pós vida e são conectados com a ideologia guerreira da mesma forma que os ursos, em especial para os berserkers. Odin, em seu trono, é cercado por seus dois lobos, Geri e Freki, a quem ele dá toda a carne que lhe é ofertada. O Pai de Todos não precisa alimentar-se, ele encerra a ideia do divino e do sacrifício para alcançar tal estágio, nisso nós vemos a importância do lobo novamente, que é mais carnal e terreno. Não é provado que este fosse um ritual típico de iniciação, mas a ideia de que um jovem deveria matar um lobo sozinho para tornar-se adulto não nos é tão estranha, tratando-se de cultos guerreiros.
As aves são mais uma vez relacionadas a Odin através de seus dois corvos, Hugin e Munin. Não somente isso, as aves de rapina costumam ligarem-se com os deuses dos céus, como Odin, Thor e Tyr. Algumas imagens que retratam faces trazem a forma de um nariz aquilino (como o Mjöllnir do topo), o que remete aos elmos tipicamente utilizados, sempre na ideia de simbolizar esta ligação das aves com os deuses.
Isto é um resumo xôxo, com adendos meus, de: Símbolos religiosos dos Vikings: guia iconográfico, de Johnni Langer.
Muito bom! Mais uma vez, parabéns pelo ótimo trabalho!
ResponderExcluirObrigado, Odin!
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