domingo, 12 de dezembro de 2010

Nova Seção: Pontos de Luz



Decidi abordar esse assunto no blog por puro comodismo. Eu vivo rabiscando criações e nunca as uso pra muita coisa. Me pareceu muito conveniente passar a adapta-las para um cenário genérico, como é o da quarta edição de D&D. Além do que, vai me ajudando a digerir melhor o sistema, o qual eu ainda não compreendo muito bem.

Pontos de Luz é o nome do cenário base da quarta edição de Dungeons & Dragons. Ao contrário de seu predecessor, que usava Greyhawk como cenário padrão para as publicações, a nova edição trabalha com um cenário sem delimitações. Não existem grandes reinos ou nações, o mundo é selvagem e, fora dos poucos focos de civilização, os perigos são intermináveis. Num passado distante, dois grandes impérios disputaram o domínio global, Bael Turath e Arkosia. O primeiro, dominado pelos tieflings, homens e mulheres de sangue nobre que acordaram com demônios em pactos sinistros e, o segundo, governado pelos draconatos, dispostos a levar a lei e a ordem dos dragões para os quatro cantos do mundo. Ambos os impérios ruíram no mesmo momento, engolidos um pelo outro. Da sombra deste conflito surgiu Nerath, dominada pelos humanos e disposta a unir todas as raças sob sua proteção, mas acabou por ter o mesmo destino dos anteriores. Hoje, como dito a cima, os poucos pontos de civilização são como faróis em um mundo entregue a escuridão.

Muitos jogadores apontaram dedos feios para esta nova abordagem, achando-a frouxa de mais e usaram da velha reclamação de que RPG está se tornando MMOPRG. Eu, particularmente, gostei desta nova forma como os livros são apresentados. Quantos jogadores brasileiros conhecem algo de Greyhawk? Eu mesmo nunca li um único livro e as descrições de “cenário” da antiga edição não faziam o menor sentido. Vale muito mais algo genérico para livros focados em regras e, quem quiser detalhamento, que vá procurar um cenário de campanha.

Essa ideia simples é capaz de trazer muito bem o espírito “Old School”, em alta nos dias de hoje, para uma mesa de jogo. Sei que o sistema influência nesta postura, mas ao lembrar que vários cenários clássicos muitas vezes começaram dessa forma, acho que ajuda a entender o que eu quero dizer. Pensem em Conan, a maior parte dos leitores da antiga “Espada Selvagem” não conhecia os contos de Howard. As histórias independentes, cada hora mostrando um lugar da Era Hiboriana, retratam muito bem essa visão dos pontos de luz na escuridão.

Outro exemplo que serve para os tradicionalistas de plantão, é o clássico “Caverna do Dragão”. Se não me engano, chegou a existir alguma compilação ou detalhamento das áreas apresentadas no desenho, mas eu nunca vi esse material. Em todo caso, ele nos era apresentado de uma forma que casa perfeitamente bem com o conceito dos pontos de luz. “Ah, mas era um desenho”, você vai reclamar... Acredito que boa parte das pessoas que jogam e fazem parte de toda essa “era de ouro old school” tem um sentimento muito forte por essa animação.

Por fim, Pontos de Luz remonta a postura do D&D de 1974. Não tem nada de novo? Verdade. Mas dizer que D&D copia MMORPG é pura síndrome e dor de cotovelo. 

3 comentários:

  1. Nuuoooossssaa! Perfeitamente esclarecedor e sem nenhum preconceito. Parabéns!!!

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  2. Saudações, viking!
    Eu ando lendo o seu blog já faz algum tempo, e destaco principalmente aquela história macabra que você um dia postou aqui: muito boa escrita! Eu gostaria de perguntar duas coisas. A primeira é: como você fez pra colocar o Linkwithin com imagens no seu blog? Veja bem, eu tenho um blog de contos de RPG/fantasia (archeyra.blogspot.com), você poderia visitá-lo? Não estou pedindo para visitá-lo para ver o que há nele, mas apenas para notar como o Linkwithin do meu blog não mostra nenhuma imagem, apenas textos! Como eu resolvo isso? Você fez algo adicional? Eu apenas copiei e colei o código na widget em baixo do post.
    A segunda pergunta, é se em um futuro próximo você não aceita de divulgar ambos os blogs (eu ponho um link redirecionando pra cá, e você também).

    Acho que escrevi demais!
    Se você tiver paciencia pra me ajudar, muito obrigado!

    Nos vemos em Valhalla
    :D
    Archeyra blog.

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  3. Obrigado pela visita, Mu!
    Ywhel - Já está respondido em teu espaço, meu caro!

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