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Este
é um breve resumo da organização social em Belregard. É com muita
satisfação que eu falo sobre o início dos trabalhos a sério com o
cenário. Não que tudo até agora não tenha sido sério. Mas decidi tomar rumos decisivos e escrever num passo que
pretende resultar em livro. Os posts sobre Belregard podem diminuir
por conta disso, mas eu pretendo colocar algo do que escrever por
aqui, como uma espécie de prévia.
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A
argamassa que une todas as pessoas da sociedade em Belregard é a
religião. A fé no Único é o que torna os homens irmãos e trás
toda a universalidade de sua cultura, por mais que existam diferenças
aqui e ali.
Um
dos pontos mais importantes do comportamento social e político em
Belregard baseia-se na relação entre vassalo e senhor. Não importa
o quão grande seja o seu poder, todo senhor tem um senhor mais
poderoso que ele, do subvassalo ao rei. Grande parte dos vassalos são
proprietários de posses menores que, por alguma razão, vinculam-se
a senhores mais poderosos a fim de ter uma “patronagem”. No
momento da filiação é preciso determinar as obrigações de um
para com o outro e, enquanto o vassalo torna-se proprietário de um
território do senhor, na forma do feudo, este senhor pode lhe cobrar
participação militar e política, seja na guerra aberta ou para
conselhos burocráticos. O senhor pode, ainda, favorecer seu vassalo
de outras formas, garantindo-lhe um bom casamento ou ordenando seu
filho mais velho a alguma ordem de cavaleiros.
A
cerimônia de vassalagem costuma ser singela, salvo nos casos
de senhores realmente poderosos, e quase sempre é acordada
oralmente. O vassalo coloca-se a disposição do patrono, alegando
“tornar-se homem deste” e firma o juramento sobre os escritos da
fé ou sobre alguma relíquia sagrada. Um objeto simbólico também
pode ser dado ao fim da cerimônia, representando a passagem do
feudo. Em Virka este objeto costuma ter conotações religiosas,
assim como em Birman. Já em Varning, um simples contrato é redigido
por um sacerdote e ambas as partes assinam.
Os
feudos tendem a ser concedidos a título pessoal e vitalício, mas a
hereditariedade é extremamente comum. Vale mais, para um senhor de
terras, manter determinada área nas mãos da família que já lhe
serve e lhe favorece, que tira-los de lá e encontrar novos
proprietários. Apesar desta disposição, ela não é lei. No caso
da morte do proprietário nominal das terras morrer, deve-se realizar
novamente a cerimônia de posse e vassalagem, já que nada impediria
o próprio senhor de dar aquelas terras a outra pessoa ou, ainda
pior, que um outro líder ganancioso visse aquelas terras como
abandonadas e simplesmente tomasse posse.
As
terras de um determinado senhor são divididas em dois tipos: as
reservas e concessões. Este segundo refere-se
exatamente aquilo que ele cede a seus vassalos em troca da produção
e do pagamento. As próprias concessões tem suas divisões internas,
que serão tratadas mais adiante. As reservas estão limitadas ao
próprio castelo do regente, seja ele um rei, barão, duque, conde ou
marquês, e seu secto de servos domésticos. A corte também tem seu
lugar na reserva. A paisagem de uma reserva é quase sempre a mesma,
com um grande castelo de pedra, em determinada parte alta do relevo,
cercado por construções pomposas, a corte, e ladeados, de todos os
lados, pelas terras e pastagens dos camponeses. Certos reinos estão
limitados apenas às reservas, como a própria Virka.
Chamar
Virka, Parlouma, e outros, de reino também não é a melhor forma de
se tratar tais regiões. Na verdade, apesar do termo “reino”
estar convencionado na cultura popular de Belregard, o nome mais
correto para estas áreas é o de castelania, que nada mais é
do que um tipo de senhorio, área de influência de um determinado
senhor. Esta influência, e poder, são exercidos das mais variadas
formas, como a cobrança de taxas por todo comércio e toda a troca
realizada em suas terras.
Existe
ainda uma outra forma que um senhor pode usar para explorar os seus
súditos. Em determinadas áreas onde panta-se trigo, ou extrai-se
ferro, é o senhor que detém o controle dos meios de transformar
aquela matéria-prima em manufaturas verdadeiras. Seja controlando os
moinhos ou as forjas, eles ainda podem cobrar de seus subordinados um
valor para o uso destas ferramentas.
As
terras dadas na forma de concessões podem ter, no caso das classes
mais baixas, dois tipos básicos de ocupantes: os servos e os
vilões. A diferença básica entres estes dois tipos é o
fato do vilão gozar de certa liberdade dentro das terras de um
senhor. Ele pode morar onde desejar e algumas vezes pode até mudar
de senhorio. O termo vilão vem do fato destes homens formarem boa
parte dos moradores das vilas em determinadas regiões. Estes homens
eram responsáveis pela direção da comunidade aldeã, desempenhando
papel importante na vida rural. Administrando a terra e os rebanhos,
também coletando, quando não por um enviado do senhor, a talha
(imposto) dos camponeses.
Estas
aldeias, que aos poucos tornam-se cidades, são aglomerados de
ofícios na maior parte das vezes. Ferreiros, carpinteiros,
curtidores e toda sorte de trabalhadores unem-se em pequenos grupos
para fazer valer um pouco de sua vontade. Está longe de ser algo
organizado ou verdadeiramente expressivo, mas em Varning já existem
grandes corporações de ofícios que dominam determinadas áreas,
juntando os melhores em uma única filiação, muitas vezes chamada
de guilda.
Muito bom. Coincidentemente, meu alter-ego mortal deu uma aula sobre a vida na idade média, e a bela descrição que fizestes poderia facilmente substituir aquela presente no livro de história.
ResponderExcluirEspero realmente ver este cenário publicado em papel!
Obrigado, Odin. Interessante saber que também leciona. Sabemos bem que livros didáticos não são lá muito bons. Haha!
ResponderExcluirBom, eu espero que caminhe pra esse lado. Consegui reestabelecer um contato importante, que pode ajudar nesse sonho. Espero, ainda, um lançamento conjunto. Afinal, mereço meu exemplar de 9 Mundos!
CARAMBA vc colocou até os impostos!! Perfeito!!
ResponderExcluirLembro das aulas de história o prof. falando da talha da corvéia e das banalidades.
Opa, valeu pelo comentário.
ResponderExcluirAs banalidades estão incluídas ali, mas na hora que escrevi esqueci o nome! Haha!
meu eu que ro saber se esse é mesmo o texto da piramide social eu tenho um trabalho de historia pra entregar ate quinta feira....me ajuda...
ResponderExcluirgente como é a piramide social?
ResponderExcluirE não aconselho a usar isso ai como modelo para o seu trabalho, meu caro. Apesar de ser muito parecido, não é a mesma coisa. Melhor procurar em outros sites. Até a wikipédia pode ajudar.
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