segunda-feira, 28 de março de 2011

As Divisões da Pirâmide Social



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Este é um breve resumo da organização social em Belregard. É com muita satisfação que eu falo sobre o início dos trabalhos a sério com o cenário. Não que tudo até agora não tenha sido sério. Mas decidi tomar rumos decisivos e escrever num passo que pretende resultar em livro. Os posts sobre Belregard podem diminuir por conta disso, mas eu pretendo colocar algo do que escrever por aqui, como uma espécie de prévia.
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A argamassa que une todas as pessoas da sociedade em Belregard é a religião. A fé no Único é o que torna os homens irmãos e trás toda a universalidade de sua cultura, por mais que existam diferenças aqui e ali.

Um dos pontos mais importantes do comportamento social e político em Belregard baseia-se na relação entre vassalo e senhor. Não importa o quão grande seja o seu poder, todo senhor tem um senhor mais poderoso que ele, do subvassalo ao rei. Grande parte dos vassalos são proprietários de posses menores que, por alguma razão, vinculam-se a senhores mais poderosos a fim de ter uma “patronagem”. No momento da filiação é preciso determinar as obrigações de um para com o outro e, enquanto o vassalo torna-se proprietário de um território do senhor, na forma do feudo, este senhor pode lhe cobrar participação militar e política, seja na guerra aberta ou para conselhos burocráticos. O senhor pode, ainda, favorecer seu vassalo de outras formas, garantindo-lhe um bom casamento ou ordenando seu filho mais velho a alguma ordem de cavaleiros.

A cerimônia de vassalagem costuma ser singela, salvo nos casos de senhores realmente poderosos, e quase sempre é acordada oralmente. O vassalo coloca-se a disposição do patrono, alegando “tornar-se homem deste” e firma o juramento sobre os escritos da fé ou sobre alguma relíquia sagrada. Um objeto simbólico também pode ser dado ao fim da cerimônia, representando a passagem do feudo. Em Virka este objeto costuma ter conotações religiosas, assim como em Birman. Já em Varning, um simples contrato é redigido por um sacerdote e ambas as partes assinam.

Os feudos tendem a ser concedidos a título pessoal e vitalício, mas a hereditariedade é extremamente comum. Vale mais, para um senhor de terras, manter determinada área nas mãos da família que já lhe serve e lhe favorece, que tira-los de lá e encontrar novos proprietários. Apesar desta disposição, ela não é lei. No caso da morte do proprietário nominal das terras morrer, deve-se realizar novamente a cerimônia de posse e vassalagem, já que nada impediria o próprio senhor de dar aquelas terras a outra pessoa ou, ainda pior, que um outro líder ganancioso visse aquelas terras como abandonadas e simplesmente tomasse posse.

As terras de um determinado senhor são divididas em dois tipos: as reservas e concessões. Este segundo refere-se exatamente aquilo que ele cede a seus vassalos em troca da produção e do pagamento. As próprias concessões tem suas divisões internas, que serão tratadas mais adiante. As reservas estão limitadas ao próprio castelo do regente, seja ele um rei, barão, duque, conde ou marquês, e seu secto de servos domésticos. A corte também tem seu lugar na reserva. A paisagem de uma reserva é quase sempre a mesma, com um grande castelo de pedra, em determinada parte alta do relevo, cercado por construções pomposas, a corte, e ladeados, de todos os lados, pelas terras e pastagens dos camponeses. Certos reinos estão limitados apenas às reservas, como a própria Virka.

Chamar Virka, Parlouma, e outros, de reino também não é a melhor forma de se tratar tais regiões. Na verdade, apesar do termo “reino” estar convencionado na cultura popular de Belregard, o nome mais correto para estas áreas é o de castelania, que nada mais é do que um tipo de senhorio, área de influência de um determinado senhor. Esta influência, e poder, são exercidos das mais variadas formas, como a cobrança de taxas por todo comércio e toda a troca realizada em suas terras.

Existe ainda uma outra forma que um senhor pode usar para explorar os seus súditos. Em determinadas áreas onde panta-se trigo, ou extrai-se ferro, é o senhor que detém o controle dos meios de transformar aquela matéria-prima em manufaturas verdadeiras. Seja controlando os moinhos ou as forjas, eles ainda podem cobrar de seus subordinados um valor para o uso destas ferramentas.

As terras dadas na forma de concessões podem ter, no caso das classes mais baixas, dois tipos básicos de ocupantes: os servos e os vilões. A diferença básica entres estes dois tipos é o fato do vilão gozar de certa liberdade dentro das terras de um senhor. Ele pode morar onde desejar e algumas vezes pode até mudar de senhorio. O termo vilão vem do fato destes homens formarem boa parte dos moradores das vilas em determinadas regiões. Estes homens eram responsáveis pela direção da comunidade aldeã, desempenhando papel importante na vida rural. Administrando a terra e os rebanhos, também coletando, quando não por um enviado do senhor, a talha (imposto) dos camponeses.

Estas aldeias, que aos poucos tornam-se cidades, são aglomerados de ofícios na maior parte das vezes. Ferreiros, carpinteiros, curtidores e toda sorte de trabalhadores unem-se em pequenos grupos para fazer valer um pouco de sua vontade. Está longe de ser algo organizado ou verdadeiramente expressivo, mas em Varning já existem grandes corporações de ofícios que dominam determinadas áreas, juntando os melhores em uma única filiação, muitas vezes chamada de guilda.



7 comentários:

  1. Muito bom. Coincidentemente, meu alter-ego mortal deu uma aula sobre a vida na idade média, e a bela descrição que fizestes poderia facilmente substituir aquela presente no livro de história.

    Espero realmente ver este cenário publicado em papel!

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  2. Obrigado, Odin. Interessante saber que também leciona. Sabemos bem que livros didáticos não são lá muito bons. Haha!

    Bom, eu espero que caminhe pra esse lado. Consegui reestabelecer um contato importante, que pode ajudar nesse sonho. Espero, ainda, um lançamento conjunto. Afinal, mereço meu exemplar de 9 Mundos!

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  3. CARAMBA vc colocou até os impostos!! Perfeito!!
    Lembro das aulas de história o prof. falando da talha da corvéia e das banalidades.

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  4. Opa, valeu pelo comentário.

    As banalidades estão incluídas ali, mas na hora que escrevi esqueci o nome! Haha!

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  5. meu eu que ro saber se esse é mesmo o texto da piramide social eu tenho um trabalho de historia pra entregar ate quinta feira....me ajuda...

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  6. gente como é a piramide social?

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  7. E não aconselho a usar isso ai como modelo para o seu trabalho, meu caro. Apesar de ser muito parecido, não é a mesma coisa. Melhor procurar em outros sites. Até a wikipédia pode ajudar.

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