sábado, 9 de abril de 2011

Etnias de Belregard - A Mítica em Torno dos Dalanos





Uma antiga lenda do oeste de Belregard fala sobre o reinado de Dálan, um rei poderoso como um leão. Muitas das vezes sua imagem é verdadeiramente associada com a do animal, carregando uma característica nobre e leal. As velhas iluminuras e tapeçarias do reino mostram a corte do rei Dálan com uma representação selvagem. Os sacerdotes acreditam que esta seja uma mera forma de comparar os homens aos valores imaginados de cada animal, mas outros creem que as formas animais eram reais. Dalanor teria sido uma terra de Selvagens.

Conta a lenda que na corte de Dálan existiam figuras muito importantes. O próprio rei, encarnado num leão antropomorfizado, cheio de coragem, honra, lealdade e força. Para aqueles que consideram essa questão Selvagem uma mera comparação, Dálan é o exemplo daquilo que um monarca deve ser. Existia também seu conselheiro, Tiecelin, que alguns pintam a imagem de um corvo e é uma figura que até hoje faz parte do folclore de Dalanor, como um mensageiro e contador de histórias. O cavaleiro do rei, Isegrin, era feroz, irresoluto e dedicado, um lobo no campo de batalha. Por fim havia ainda Uhrol, que era irmão de Isegrin e vivia com ela uma eterna disputa de força. Novamente, o fato de um urso ser irmão de um lobo corrobora com a ideia de que isto não passa de uma lenda, já para outros, mais fanáticos, é sinal de que ambos compartilharam alguma espécie de pacto de sangue.

Na corte de Dálan havia ainda outro ser de destaque, seu nome era Renart. Pintado nas iluminuras como uma raposa, as baladas que falam sobre Renart não cansam de repetir o seu gênio inventivo e sua predisposição a tirar vantagem de todos a sua volta. Seu grande inimigo nas fábulas era Isegrin, com quem travou inúmeros duelos. Conta-se que, determinada vez, Renart destruiu a família de Isegrin de um modo pecaminoso e absolutamente ultrajante. Enfurecido e frustrado, o velho lobo partiu da corte de Dálan, envergonhado.

Sem o braço forte do cavaleiro o rei, súdito após súdito abandou o leão em seu castelo. Deprimido, podendo contar apenas com o apoio de seus entes mais próximos, principalmente seus filhos, Dálan cantava e festejava dia após dia. Suas crianças faziam questão de lhe manter entretido, para que não pensasse na solidão e foi assim que o velho rei morreu, enganando a si mesmo. Os filhos de Dálan deram continuidade ao seu reino, carregando como maior símbolo aquelas canções que os faziam esquecer os problemas e foi somente através delas que eles puderam se reerguer.

Quando foram encontrados pelos belghos, no decorrer de seu avanço contra os belinaren, os “filhos de dálan”, como se autodenominavam naquele momento, viviam em perfeita harmonia com os Selvagens e assim o primeiro contato entre os “escolhidos de Deus” e eles, foi hostil. Foi sorte os dalanos não terem sido exterminados junto dos Belinaren, mas é provável que alguns homens e mulheres envolvidos no avanço tenham percebido, com o tempo, que aqueles homens de espírito altivo e voz melodiosa não eram tão diferentes deles. Novamente os fanáticos apontam sua própria versão para esta história. Segundo eles, os dalanos tinham sim traços selvagens quando foram encontrados e só depois da pecaminosa miscigenação com belghos puros foi que puderam limpar o seu sangue. Não existe um preconceito declarado contra os dalanos, mas não é difícil se imaginar o pensamento tendencioso entre aqueles que conhecem estas lendas.

3 comentários:

  1. Muito bom. Este tipo de história de preconceitos velados torna esta mitologia ainda mais verossímil.

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  2. KCTADA CURTI D+ a fábula que da pano de fundo para um sistema social e a cultura de um povo, fora a questão do preconceito que, como Lorde Odin disse deixa tudo concreto.
    Perfeito!

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  3. Agradeço os comentários. Os dalanos acabaram ficando bem interessantes mesmo. Espero seguir o padrão com as outras etnias.

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