quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A Lâmina Partida III

Segue um relato de campanha; minha intenção não foi a de detalhar minuciosamente todos os fatos ocorridos nas seções. Por isso o texto é o mais leve possível.

Campanha - A Lâmina Partida
Cenário – Vikings: Guerreiros do Norte
Sinopse – Um grupo de intrépidos exploradores deseja fazer com que a cidade de Oslo, em Norsklund, recupere sua glória perdida desde que a Montante de Odin foi levada pelo amaldiçoado Gunnar.


Da Visita a Gastropnir


Ora Lars, Seawulf e Olve haviam conseguido um mapa com a suposta indicação do palácio da deusa Menglod em Midgard, os exploradores preparam-se para esta nova viagem. O inverno ainda fazia-se presente, mas nenhum deles sentiu o ímpeto diminuído ou intimidado pelo clima severo de Norsklund. Vale lembrar que Olve, enquanto escaldo, colaborava muito para manter o grupo seguro ao realizar suas preces aos deuses. Levantaram, ainda, suspeita e assombro de terceiros, já que poucos acreditam na sobrevivência do grupo ao enfrentar os alpes naquelas condições.

O palácio de Menglod, Gastropnir, ficava a leste de Norsklund, entre as fronteiras com Nidavellir e Svearheim. Um novo caminho pelas montanhas precisaria ser descoberto, de forma mais segura possível, para guia-los até aquele terreno inóspito. Como anteriormente, isto não foi uma tarefa fácil. O grupo caminhou poucas horas durante o dia, gastando parte do tempo na busca por um bom refúgio para passar a noite fria e caso um fosse encontrado depois de poucas horas de caminhada, era mais prudente parar ali, e perder o resto do dia, que correr o risco de dormir ao relento. Novamente as habilidades de Lars foram testadas ao limite.

Em uma destas noites, já passando sobre o território de Nidavellir, o grupo acabou por invadir uma caverna habitada. O local estava escuro e os vultos ameaçadores intimidaram o trio, o combate foi eminente, mas depois de praguejarem de ambos os lados, reconheceram-se. Havia ali um pequeno grupo de anões e aquela caverna era um acampamento temporário dos mesmos. Ninguém foi morto no conflito e a demonstração de força e sabedoria do grupo atraiu a simpatia de Grur, o anão responsável.

O contato com aqueles anões foi extremamente proveitoso, depois de um dia inteiro de conversas e bebidas, Grur disse que poderia ajuda-los a chegar ao outro lado por uma série de tuneis que seu povo construiu. Por outro lado, eles não poderiam saber da entrada e nem da saída, já que isso comprometeria os segredos dos anões. Eles só poderiam usar daquele atalho se concordassem em confiar em Grur e vendar os olhos durante todo o trajeto. Sem muita escolha e confiando na lealdade daquele povo, o trio aceitou.

O caminho pelos corredores subterrâneos não foi tão fácil como poderia-se imaginar. Túneis estreitos e baixos deixaram os exploradores tão fatigados quanto qualquer escalada pelos alpes, mas pelo menos o vento deixava de lhes gelar os ossos e o frio era apaziguado pelas tochas. Quando saíram do complexo, já estavam na área de florestas entre Nidavellir e Svearheim, em território norske. Os anões despediram-se do grupo com os votos de boas batalhas e glórias sem fim. Agora precisavam confiar no mapa que lhes foi entregue para encontrar o palácio da deusa.

A localização não era exata. O mapa apontava uma área onde estaria o palácio e por um longo tempo o trio de exploradores vagou pelo bosque de coníferas em busca de qualquer sinal do lar da deusa. Os dias ali foram extremamente duros, devido a toda a umidade do ar. Sobreviveram graças a mantimentos conseguidos com os anões e a perícia de Lars em caçar pequenos animais. Passados alguns dias, viram o primeiro sinal de vida inteligente naquele vale inóspito. Um imenso vulto despontava em uma colina próxima, só podia ser um gigante e eles trataram de persegui-lo. Esta atitude poderia ter sido encarada como loucura por qualquer homem prudente, mas na situação em que eles estavam, era a única chance de conseguir alguma informação, no caso daquele gigante ser um habitante do vale.

O que eles não sabiam é que aquele gigante, de nome Fjolvith, já os observava há muito tempo. Ele era o guardião de Gastropnir e ninguém poderia entrar no palácio sem o seu consentimento, muito menos ter a chance de ver Menglod em pessoa. Fjolvith testava a resistência do grupo e os fez persegui-lo até uma clareira, onde foram cercados pelos seus cães, de tamanho superior a qualquer outro, e pelo próprio gigante. Brandindo uma clava tão grande quando um tronco de árvore do bosque que os cercava, Fjolvith indagou o grupo sobre suas intenções naquele território sagrado.

Intimidados, e quase arrependidos da viagem, o grupo titubeou diante do gigante. Foi Seawulf quem dialogou com o monstro, falando sobre sua buscas e a esperança de ter uma audiência com Menglod para tentar descobrir sobre o paradeiro da Montante de Odin, na intenção de devolver a Oslo sua glória perdida. Fjolvith ponderou por breves segundos e concordou que a missão deles era nobre o bastante para merecer a atenção da deusa, mas eles não poderiam seguir se não o vencessem em um desafio e como eram impetuosos, o gigante lhes permitiu escolherem o desafio.

Mostrando uma sagacidade típica de seu povo, Lars tomou a dianteira e desafiou Fjolvith para um duelo de charadas. O gigante, arrependido, teve de aceitar e foi assim que o trio conseguiu seu caminho para dentro do palácio de Menglod. Porém, tiveram de usar vendas outra vez, já que o gigante não permitiu a eles saberem a localização exata do local. Uma vez nas imediações do palácio, viram-se deslumbrados com aquela estrutura absolutamente diferente de tudo que já viram em suas vidas. Ao contrário das construções de cidades, ou mesmo fortalezas, Gastropnir era de pedra e adornada em madeira. Uma muralha separava o santuário do bosque e do topo daquela colina podia-se ver todo o vale onde o grupo esteve perambulando por dias.

Diante do palácio, o grupo já pôde sentir o peso do cansaço abandonar seus ombros, um alento proporcionado pela aura de cura de Menglod que impregnava todo o local. Foram guiados por imensos salões e corredores, onde puderam ver toda a sorte de tesouros incomuns e inimagináveis. Simples adornos de madeira tornavam o palácio ainda bem belo e na medida em que adentravam o palácio, tais adornos tomavam um padrão ainda mais intricado e complexo, ninguém acreditaria quando eles dissessem o que viram lá dentro. Dezenas de mulheres, entre humanas, vanires e vanyrians, perambulavam também pelo lugar, vestindo mantos longos de tons claros.

Uma vez no Salão do Fogo, onde estava a própria deusa, os guerreiros prostraram-se com reverência, agradecendo pela oportunidade e privilégio de caminhar ali. Fjolvith contou a Menglod sobre o que presenciou e a deusa abençoou-os por aquela vitória. A sós com Menglod, puderam explicar a ela o motivo da visita e foi aí que souberam a verdade sobre o destino da Montante de Odin.  

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