segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A Lâmina Partida IV


Segue um relato de campanha; minha intenção não foi a de detalhar minuciosamente todos os fatos ocorridos nas seções. Por isso o texto é o mais leve possível.

Campanha - A Lâmina Partida
Cenário – Vikings: Guerreiros do Norte
Sinopse – Um grupo de intrépidos exploradores deseja fazer com que a cidade de Oslo, em Norsklund, recupere sua glória perdida desde que a Montante de Odin foi levada pelo amaldiçoado Gunnar.


Do Segredo de Gunnarson


Tendo sido agraciados com a oportunidade de estarem diante de Menglod, a deusa da cura, Lars, Olve e Seawulf puderam relatar sobre suas andanças e planos para o futuro. A deusa, ao contrário do que poderia-se esperar, recebeu-os muito bem em seu palácio e lhes serviu bebida e carne para recuperarem-se da terrível viagem que enfrentaram. Quando questionada sobre o destino da Montante de Odin, a deusa mostrou-se extremamente satisfeita. Referiu-se àquele trio como um novo fôlego de esperança nos homens de Midgard e, por isso, contou-lhes a história do que realmente havia acontecido.

Quando Gunnarson orquestrou o que seria a maior investida contra os reinos da Europa, ele sabia que a vitória só seria possível com a força dos deuses ao seu lado. Pensando nisso decidiu tomar a espada, que Odin deixou em Oslo, para auxiliá-lo na vitória. Alguns discordaram daquela atitude, outros aplaudiram de pé, clamando Gunnarson como o maior dos jarls de todos os tempos.




Não se sabe se por algum motivo íntimo ou manipulações externas, mas o homem destinado a marcar seu nome na história das invasões vikings perdeu-se em seus planos de conquista. Poucos tem conhecimento disto, mas quando a frota partiu rumo a Europa, Gunnarson não estava entre eles. O homem havia tornado-se obcecado pela espada e pelo poder que ela poderia trazer. Uma cacofonia de vozes dominava sua mente nos momentos de descanso e ele não conseguia distinguir amigos de inimigos entre estes espectros invisíveis. Gunnarson poderia jurar que ouviu o grasnar de Hugin e Munin, contando a Odin sobre o roubo da espada e da indiferença do Pai de Todos, envergonhado com a atitude do homem.

Sabendo estar fadado a uma não-vida de desonra e vergonha, Gunnarson decidiu tirar satisfações com os próprios deuses. Eles não poderiam simplesmente ignorar um homem como ele, um herói entre os seus. Tudo o que o guerreiro havia feito foi fazer uso do presente dos deuses. Que desonra há nisso? Se existia algo de errado ali era a loucura trazida pela espada. Não bastava ser forte para erguer a Montante, era preciso ser sábio como o próprio Caolho, coisa que Gunnarson estava longe de ser.

Disposto a invadir o Valhalla, o caído procurou pela ponte de gelo que o levaria ao reino dos deuses e foi nesse momento em que ele foi enganado. Nas profundezas de Gundersheim, o único reino sombrio que sempre esteve ligado à Midgard, o olhar sinistro de uma velha troll foi atraído para as atitudes daquele guerreiro enlouquecido pelo poder. Foi com um sorriso perverso que ela o recebeu nos arredores de uma das entradas de seu reino. Lá, Gunnarson foi manipulado e enganado pela ilusão dos trolls e aquela velha sábia, de nome Askella, conseguiu manter o guerreiro tão dopado que foi capaz de lhe roubar a preciosa espada.

Feliz teria sido Gunnarson, se sua tragédia terminasse neste ponto, enganado por uma velha troll. Não bastasse ter-lhe roubado a lâmina sagrada, Askella envenenou os ouvidos do guerreiro para que ele acreditasse em algum tipo de conspiração divina e o único modo de igualar-se com os inimigos em tal contenda, seria usando das mesmas armas. Foi assim que Gunnarson caiu nas graças de Hel, filha de Loki.

As forças que foram organizadas para a invasão encontravam-se perdidas, sem rumo, sem um líder forte para guiá-las e foi durante uma noite de forte nevoeiro que Gunnarson e a própria deusa dos mortos apareceram. O louco discursou de forma inflamada para seus antigos homens e convenceu-os a mudarem o foco da investida. Ao invés de partirem para a Europa, eles deveriam encontrar um modo de bater à porta do salão dos deuses! Escondida em seu reino imundo e escuro, Askella sorria em plena satisfação. Ela tinha seus próprios planos para a lâmina e apenas aguardou.

Com a abertura das runas e o estreitamento de Yggdrasil, estas duas forças de destruição moveram-se novamente. Gunnarson, agora um morto-vivo, e sua hoste de aberrações viram a chance da tão esperada vingança e, ainda mais, souberam que a espada encontra-se em Midgard, o que significou um novo fôlego em seus esforços de guerra. Askella, por outro lado, viu a oportunidade de fazer novos amigos e por isso rumou para todos os pontos onde os mundos se encontravam, na intenção de encontrar aliados em potencial. A troll decidiu partir o presente de Odin. Desse modo a montante encontrava-se dividida. Menglod sabia de todas as localizações e passou-as aos exploradores:

Uma das partes estava em posse da própria Askella em seu reino de Gundersheim, na região da floresta de Hjölmarem. Outro estaria com o próprio Gunnarson, resultado de sua busca frenética pela arma. Um terceiro estaria em posse de Hel, para que ela mantivesse sua coerção sobre Gunnarson. O quarto encontrava-se em Mirkwood, devido a um acordo feito por Askella com um dos asseclas de Sutr. Por fim, Menglod já havia instruído um guerreiro, anos atrás, que tinha a mesma intenção do trio. Ele havia conseguido uma parte da montante, mas depois desapareceu. O homem era chamado Vigo Steinson. Um homem de grande renome que fora Hulaskar de Sven Svenson. Talvez a fortaleza de Branson, morada de Sven, fosse o melhor lugar para encontrar informações sobre este homem desaparecido.  

Recuperados das injúrias da viagem, reabastecidos e abençoados por Menglod, Lars, Olve e Seawulf decidiram partir para Branson. A decisão imediata fez com que a deusa tivesse ainda mais certeza de que o momento para a união da lâmina havia finalmente chegado. Não poderia ser de outra maneira com guerreiros tão honrados e empenhados como aqueles.





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