domingo, 21 de novembro de 2010

Runas do Norte #9: Magia Nórdica

Texto bacana roubado da Toca do Cuty.


A magia em Vikings: Guerreiros do Norte, tanto de origem arcana quanto divina, só tem efeito baseada no mecanismo de utilização das Runas, conforme já explicado em Vikings: Midgard. Porém, existem diferenças importantes na fonte de cada uma delas e na forma de acessá-las. Saiba agora um pouco mais sobre a magia dos nórdicos.


As Runas são os fetiches mágicos dos Vikings

A Magia Divina provém direto da Divindade cultuada pelo usuário. Como na maioria das religiões os Nórdicos acreditam que se fizerem seus pedidos suficientemente alto e imbuídos de sua fé, seus deuses podem ouvir e responder às suas preces. A utilização das Runas na Magia Divina não passa de uma imposição dos caprichosos Aesires. Se uma Runa não for utilizada como um componente adicional durante a oração ela simplesmente não vai funcionar. Cada deus tem a capacidade de responder às preces de seus fiéis mesmo sem a utilização da Runas mas optam por não fazê-lo. Simples assim (e você achando que o bom era ser Rei)!

Com o selamento das passagens entre os Nove Mundos, a via de contado entre os deuses e os habitantes de Midgard tornou-se muito mais difícil e o poder dos sacerdotes que guiavam os Nórdicos segundo os preceitos de seus deuses se esvaiu. Poderosos clérigos, capazes de comandar exércitos e fazer verdadeiros milagres, foram reduzidos a meros adivinhos e benzedeiros. Sua importância em questões filosóficas e teológicas ainda era apreciada, mas numa sociedade em que o valor de uma pessoa é medido pelos seus feitos e pelo renome os sacerdotes foram, ao longo de séculos, deixados em segundo plano sendo respeitosamente ignorados. Algo que só mudaria devido a um ardil do deus da trapaça.

Mesmo os amuletos religiosos 
contavam com o poder das Runas
Com a Magia Arcana a coisa é um pouco diferente e bem mais complicada. No início dos tempos nem mesmo os Aesires tinham acesso a ela. O próprio Odin teve que sacrificar-se para aprender os segredos das runas mágicas. Sendo assim, em Vikings: Guerreiros do Norte, a magia arcana está também ligada aos deuses, mas nesse caso eles são os poderes “pessoais” de cada divindade, poderes que o Panteão Nórdico escolheria guardar só para si e negar aos mortais, não fosse o fato de Odin ter ensinado o segredo das Runas aos Anões a aos Humanos. E, com o segredo difundido entre os homens, acabou disseminando-se entre todo os outros povos dos Nove Mundos. Os motivos de Odin são desconhecidos e isso  gerou algum  descontentamento entre os deuses que não gostaram de ver seus segredos compartilhados. Mesmo assim dominar esse tipo de poder é moroso e complicado, e poucos são aqueles qualificados para fazê-lo.

A magia em Vikings: Guerreiros do Norte permeia toda a realidade, invisível, num fluxo constante a partir da Fonte de Mimir. Percorre toda a Yggdrasil garantindo àqueles que conseguem acessá-la o poder de ignorar de forma limitada as próprias leis da natureza e da realidade. No caso da Magia Arcana são as Runas as únicas chaves que permitem o acesso as esse fluxo mágico, sendo impossível acessá-lo por outras fontes. Porém, não basta possuir as runas ou simplesmente desenhá-las. É preciso dominar sua essência, domar o poder bruto e moldá-lo usando simplesmente a vontade do usuário.

Outro ponto importante é que as runas, mesmo sendo limitadas, apresentam uma variação de poderes diferentes desconhecida pelos mortais. Os poderes são concedidos de acordo com a capacidade do usuário o que explica a variação dos poderes por nível de Conjurador Rúnico (Você acha que o “Power According to His Stature”, do Senhor dos Anéis, veio de onde?. O “The One” dava ao nosso serelepe Frodo o simples poder de ficar invísivel, ao Aragorn daria o poder de ficar macho de verdade, ao Gandalf capacidade de desafiar o próprio Sauron, e ao Sauron o poder de fazer os Maiar e Cia. dançar o Rebolation).

Assim, como dissemos anteriormente, quando Odin selou as passagens entre os Nove Mundos o fluxo de magia arcana também foi interrompido , fazendo com que a essência arcana ficasse enfraquecida numa Midgard, agora isolada. O que restou então foi um reservatório finito de energia bruta que se encontrava em Midgard quando do isolamento. Com o passar dos anos essa reserva foi se exaurindo e os poderes mágicos do Conjuradores minguaram até o mais absoluto fim. As runas e aqueles que as compreendiam continuaram respeitados como símbolos de um poder antigo e esquecido.

Mesmo os guerreiros confiavam 
no poder das Runas
Todavia, após Loki manipular Sven Svensson e conseguir reabrir as passagens entre os Nove Mundos, fundindo-os mais uma vez, tudo mudou. O fluxo de magia voltou a jorrar pelos portais de ligação inundando a realidade. Os deuses voltaram a ter um contato com seus seguidores mais fiéis, além de voltarem a visitar Midgard. E antigos rituais, mantidos simplesmente por sua função social começaram a gerar efeitos espantosos (maldições que não passavam de provocações começaram a ter efeitos reais e tangíveis; rituais de punição a mortos desonrados os faziam se erguer como cadáveres amaldiçoados na noite seguinte; o brado de por Thor antes da batalha deixou de ser um simples grito de guerra para se tornar um clamor pelas bençãos do Deus do Trovão, que vez por outra abençoava os seus fiéis).

A mudança ocorreu aos poucos, enquanto histórias sobre maravilhas ocorrendo se espalhavam pelas terras nórdicas. Mais de 10 anos depois, a magia tornou-se uma certeza no cotidiano Viking, uma certeza que é vista por muitos com desconfiança e por todos com temor e respeito. Conjuradores Rúnicos, Clérigos, Escaldos e Paladinos tornaram-se novamente renomados na Sociedade Nórdica. A magia passou a ser real, mas singela, complexa e acessível para poucos. Somente através da fé e da aclamação das divindades e das runas usadas para liberar o poder mágico é que é possível conseguir os efeitos maravilhosos que preenchem as sagas nórdicas.

Porém, existem considerações que o próprio Loki parece não ter levado em conta. E se Odin, ao isolar as ramificações de Yggdrasil em tempos imemoriais, tivesse isolado todos os antigos panteões de outros povos? E se cada um deles existisse isolado em uma parte da Árvore da Vida, mantidos assim assim pelo imensurável poder rúnico despendido por Odin? Se assim fosse, o que teria acontecido com esses outros panteões ao redor do mundo e suas ligações com seus fiéis quando Loki reabrir as passagens? E a magia de antigas culturas? Essa dúvida faz seu guerreiro pensar duas vezes antes de zombar daquele sacerdote saxão doido, com o cabelo sujo de esterco, que vem pulando numa perna só na sua direção, enquanto balança uma lagartixa morta e solta um palavrório amaldiçoado, não é?! Mas isso é assunto para futuras publicações.
Kroguen!

Texto de Fabrício Camargo com intervenções de Cristiano Cuty

2 comentários:

  1. Excelente texto. As runas de fato representavam algo muito importantes para os habitantes de todos os nove mundos.

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  2. E o autor apresenta uma ideia muito interessante nesse texto, sobre Odin ter selado outros mundos e outros panteões do contato com Midgard. A princípio é uma ideia um pouco radical pra mim, que sou bem caxias nesses assuntos, mas se tratada de forma madura... Acho que pode gerar conflitos muito interessantes.

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