Desde o início dos tempos os homens tentam entender o mundo a sua volta. A princípio, o medo é o fogo que os impulsiona a compreender aquilo que os assusta, numa tentativa de descobrir um meio de terminar com o tormento. De seres míticos aos naturais, os bestiários de Belregard se esforçam para explicar os seres que assombram nossa terra. Humanoides ou não, os catálogos são imensos e as interpretações variadas. Um sábio dos tempos do Sangue é aceito como o maior estudioso da vida em Belregard, seu nome é Plínio, o Velho.
As referencias aos seres naturais sempre vem acompanhadas de sua representação simbólica. Uma tentativa de entender o papel destes seres dentro da ordem imposta pelo Criador. Por mais que as representações sejam fantasiosas, em alguns dos casos, não foge a visão do camponês ou do cavaleiro, a possibilidade de tais atributos sobrenaturais serem reais.
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Representação do Bestiário de Plínio, o Velho. |
O Unicornis é um animal mítico de grande influência dentro da cultura de Belregard. Muitas vezes representado na forma de um bode, um cão ou um cavalo, sua marca é um único e imenso chifre que brota do meio de sua testa. Algumas vezes confundido com o Monocerus, por conta da forma variável, diferencia-se basicamente pela representação mais pura de uma forma animal.
Forte, resistente e saudável, o Unicornis é capaz de curar doenças e venenos e seu chifre é um verdadeiro objeto de poder. Dizem que nos tempos das Revelações, manadas inteiras destes animais majestosos corriam pelos campos. O homem, ainda ignorante de muitas coisas, os caçou como parte da limpeza do mundo.
Hoje, os raros Unicornis, são extremamente valorizados e os locais onde vivem são tidos como verdadeiros santuários intocados. O que gera uma interpretação falaciosa para alguns fanáticos. Certos homens defendem o extermínio destes seres, acusando-os como defensores de locais selvagens, impedindo que o homem lá chegue. Para outros, ele vai muito além. Seus traços poderosos remetem ao próprio Criador e seu tamanho diminuto nada mais é do que uma referência a humildade de nosso Pai, que assumiu a forma de um mortal para nos guiar.
Aqueles que ainda caçam estes seres, dizem que a única maneira de apanha-los é na companhia de uma virgem. Mulheres puras são capazes de atrair os Unicornis, que passam a agir como verdadeiros guardiões desta pureza humana. Os opositores tem uma visão distorcida, de que eles representam a luxúria e seu único objetivo com as virgens é o da cópula, gerando uma raça de novos Selvagens. Usando-se destas virgens, os caçadores são capazes de distrair o animal e assim mata-lo sem resistência. Seus chifres são apreciados e a raspa, misturada à comida, é um poderoso afrodisíaco.
Verdade ou não, estes seres são raros e sua presença seria capaz de fascinar e assustar a qualquer mortal.
Representação que se opõe à pureza, mostrando um Unicornis "alimentando-se" do seio de uma virgem. |
Belo texto, mestre J. Neves IV!
ResponderExcluirÓtimo post!! Gosto muito de bestiários!
ResponderExcluirComo sempre, fizestes um excelente trabalho!
ResponderExcluirMu - Obrigado, cara!
ResponderExcluirFrodo - As interpretações dos seres, naturais ou não, são escabrosas de mais. HAha!
Odin - Agradeço novamente, meu nobre.
Em agumas lendas o unicornio é visto como simbolo de fertilidade (ou simbolo falico)
ResponderExcluirÉ exatamente ai que entra a questão do chifre como afrodisíaco!
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