domingo, 20 de março de 2011

Um Sistema para Belregard




Saudações, irmãos de armas!

Desde que Belregard começou a ser idealizado eu tenho me perguntado sobre que mecânica fará este mundo funcionar. Não é uma resposta muito fácil quando você é uma pessoa absolutamente inábil com regras, como eu. A escolha mais óbvia seria usar o bom e velho D&D, provavelmente na sua versão d20, com regras alteradas para melhor comportar o cenário. Mas, francamente, não me cheira muito bem. Alguns traços do D&D continuarão me incomodando, como a questão das classes e dos níveis.

Penso que Belregard funcione melhor com um sistema solto, sem tantas delimitações de regras como o D&D acaba trazendo. A bem da verdade, o sistema que melhor se encaixaria no que eu vejo para o cenário é o extinto Storyteller. Aqui você é aquilo que deseja ser. Um camponês com quatro de inteligência ou um nobre com um de aparência, nada lhe cobra pré-requisitos. Mas, como todos nós sabemos, é um sistema absolutamente inviável para ser usado desta maneira. Até mesmo o GURPS já assombrou minha mente, mas imagino que seja extremamente complicado fazer alguma publicação oficial usando-o, com todos os contratos e acordos que devem-se estabelecer.

Esta falta me fez recorrer a sistemas mais underground, como o Clavius da editora Conclave, que conta com uma versão light em seu site. É um sistema aberto e de fácil adaptação. O Fudge também me chamou bastante a atenção, mas pelo que eu entendi de seu módulo básico, as publicações para o mesmo devem ser gratuitas, coisa que frustra meus planos. Que cara é essa? É claro que eu sonho em ver Belregard publicado oficialmente, nem que seja numa versão PDF e com “print on demand” para os interessados.

Ultimamente outros sistemas tem me chamado a atenção, principalmente nas iniciativas “caseiras” de alguns amigos. É o caso do Eternal Chronicles, do meu grande amigo Leandro, e, ainda, o recém-construído Asgard RPG, do sábio Odin dos Salões de Valhalla. A vantagem de trabalhar com mentes assim é que posso ajudar a encontrar caminhos onde meu cenário irá funcionar. Acho que todos nós concordamos, depois de ver tantas adaptações horríveis, que o sistema deve se curvar ao cenário e não o oposto.

Belregard não irá contar com mecânicas muito complexas. Conflitos irão existir, claro, mas todo sistema que se preze apresenta formas de se trabalhar com os mesmos. O que poderia complicar são regras referentes à raças, magias, classes e afins. Acontece que Belregard dificilmente vai carregar estes traços. Não existem raças fora a humana, dentro de algumas etnias claro, mas podem ser facilmente adaptadas para qualquer sistema. Magias serão outro artigo raro, não vejo nada espontâneo combinando com o clima do cenário, então penso em coisas ritualísticas, que cobram tempo e a própria vida do candidato a bruxo. E não pretendo trabalhar com classes e nem nada que delimite as opções de um personagem, baseando-se apenas em seu background.

É por isso que tenho pensado seriamente em trabalhar única e exclusivamente com descrições, deixando Belregard absolutamente multi-sistema. Claro que um ou outro adendo, uma dica em sites e adaptações pra regras podem surgir, mas nada impede que sejam feitas gratuitamente, também facilitando a vida dos jogadores.

Digo isso hoje e posso desdizer amanhã. Caso algo surja para suprir todas as minhas necessidades, não deixarei de abraçar e oficializar como sistema do cenário.

Sugestões são sempre bem vindas, vocês sabem. 

6 comentários:

  1. Cara sinceramente, na minha opinião o que marca a obra de um autor de RPG é o propósito da brincadeira, ou seja, contar histórias, passar uma mensagem, por mais legal que seja o sistema o mais importante é o cenário, pois é nele que vão se passar as aventuras. independentemente do sistema que vc adotar Belregard vai ser reconhecida pelas histórias de que é feita, então concentre-se no cenário, sistemas são só números.

    ResponderExcluir
  2. Bom, acho que o sistema deve facilitar a vida dos jogadores e não deve atrapalhar o desenvolvimento da história e cenário... Seja como for, o sistema que você escolher ou desenvolver, este cenário tem tudo para ser um sucesso!

    ResponderExcluir
  3. "O sistema deve ser curvar ao cenário, e não o oposto". Estas são palavras de imensa sabedoria no ramo do RPG. Concordo plenamente contigo, com Red Dragon e com Frodo; o que realmente vale sãos as histórias e descrições de Belregard, e não seu sistema de regras.

    ResponderExcluir
  4. Agradeço a todos, como de costume. É como eu disse no fim do post, a coisa está caminhando para esse lado mesmo. Sem "um sistema para a todos dominar"!

    ResponderExcluir
  5. Por mim, só as descrições já são excelentes. As regras a gente faz na hora do jogo.

    ResponderExcluir
  6. Bem, para mim, o melhor dos mainstream seria o Storytelling, que devido seu equilibrio, permitiria que cada narrador inclua "monstros" ao seu prazer.

    Dos unders, e seguindo uma linha mais "jogavel" eu gosto do clavius que parece muito com o Storyteller, talvez seria preciso pequenas mudanças.

    Mas sem dúvida, para mim o ideial do momento seria o sistema do Terra Devastada, mas dependeria do John, pois não sei se será licença aberta.

    Assim como o Odin salientou, o sistema tem que se curvar ao cenário!

    ResponderExcluir