sábado, 18 de setembro de 2010

A Lâmina Partida I

Segue um relato de campanha; minha intenção não foi a de detalhar minuciosamente todos os fatos ocorridos nas seções. Por isso o texto é o mais leve possível.  

Campanha - A Lâmina Partida
Cenário – Vikings: Guerreiros do Norte
Sinopse – Um grupo de intrépidos exploradores deseja fazer com que a cidade de Oslo, em Norsklund, recupere sua glória perdida desde que a Montante de Odin foi levada pelo amaldiçoado Gunnarson.  



Do Início


Foi durante o inverno, na sombria Oslo. A cidade que um dia poderia ter se tornado o bastião do poder dos homens do norte, jazia como uma mera sombra do que foi outrora. Homens e mulheres passavam a maior parte do tempo envolvidos em pequenas disputas amistosas, na maioria das vezes, numa tentativa de espantar o frio que machucava os ossos. Em um salão comunal, não muito longe do centro, alguns guerreiros dedicavam-se a libações e jogos. Dentre estes encontravam-se os jovens Lars Ivarson e Seawulf Hagarthson. O primeiro, um svíar que chegara no começo do inverno às terras dos norske, era homem introvertido e extremamente ponderado, sábio com as palavras e ágil com uma lâmina. O outro, que era seu primo de terceiro grau, poderia ser considerado um berserker à primeira vista. De humor e coragem tão grandes quanto seus músculos, Seawulf era um norske celebrante de boas batalhas e bebida forte.

Imagem meramente ilustrativa.

Mesmo com toda a animação que o salão passava, naquela profusão de vozes alteradas e guiadas pelo álcool, ninguém deixou de olhar quando a porta do salão abriu-se para a entrada de um homem. Tratava-se de um senhor, muito mais alto do que poderia-se esperar, e este revelou-se como um escaldo, tudo o que faltava para tornar a festa ainda melhor. Coincidência ou artimanha das Nornes, o dito escaldo sentou-se com aqueles jovens aspirantes. O homem apresentou-se como Olve e dizia vir de longe, não respondeu a perguntas quanto ao seu local de nascimento e nem sobre qualquer lealdade para com alguém. Não se sabe se pelo álcool ou pela sabedoria, mas imediatamente Lars apontou a alcunha pela qual o velho escaldo seria conhecido desde então: o Tratante.

Quando indagados sobre suas ambições, tanto Lars quanto Seawulf mostraram-se ansiosos para sair e ganhar o mundo. Lars tinha extrema curiosidade quanto ao acontecido das Runas que ligaram todos os mundos com Midgard e desejava ver isso com seus próprios olhos. Seawulf tinha uma aspiração um pouco mais nobre, apesar da glória pessoal guia-lo neste desejo, no sonho de um dia trazer de volta a Montante de Odin até a cidade e devolver-la ao seu estado de direito. Olve, enquanto viajante, viu ali uma perfeita oportunidade de ganhar mãos e pernas habilidosas para suas andanças. O convite veio em seguida: o Tratante estava a caminho de Nidaros e convidou os dois para seguirem junto e estes aceitaram de imediato, talvez com o álcool a lhes nublar o bom senso. Em Nidaros eles certamente conseguiriam algum bom serviço, por aquela ser a maior cidade de Norsklund.

Antes de poderem acertar qualquer preparativo, um jovem thrall adentrou o salão anunciando uma disputa em outro local. Ele estava a procura de Seawulf, já que seu pai, Hagarth, estava prestes a duelar. Chegando ao local do conflito constataram que este já havia sido interrompido, por conta de um inocente ter se ferido durante o duelo. O atrito de Hagarth era com Gylve, um antigo explorador que havia estabelecido algumas rotas de comércio. Diante daquele acidente, Gloin, o chefe da guarda, interrompeu o combate e proclamou que o destino dos clãs seria decidido no dia seguinte, em uma Thing.

Tendo feito amizade com o escaldo, Seawulf o convidou para pernoitar em sua casa. Lars decidiu ficar um pouco mais pela praça onde ocorreu o duelo, ele achou muito suspeita a atitude de Gylve e seu filho, Ingve, num baixo cochichar quando a confusão diminuiu. Decidido a tirar satisfações, Lars seguiu o rapaz e presenciou o contrato de quatro capangas para dar um “jeito” em Hagarth naquela mesma noite. Ele poderia ter impedido os problemas no mesmo instante, mas achou melhor avisar aos aliados e preparar uma surpresa para os invasores.

Durante a noite, Lars, Seawulf, Hagarth e Olve esperaram pacientemente pela vinda dos atacantes. A esposa de Hagarth, e mãe de Seawulf, ficou num lado mais afastado da casa, junta das cabras, para não correr perigo e como previsto, os salteadores invadiram rasgando a membrana do skjall, para serem surpreendidos. A batalha durou muito pouco e nenhum deles foi morto, apenas espancado até a inconsciência e jogados a alguns metros da casa, como um lembrete para os que se atrevessem a desafia-los.

No dia seguinte, na Thing presidida por Gloin, chegou-se a conclusão de que a única forma de solucionar o insulto era o combate singular. Hagarth desafia Gylve e, para a surpresa de todos, Seawulf desafia Ingve, acusando-o de covardia para com seu clã. Para provar sobre contrato dos capangas, Lars trouxe um deles consigo e fez o homem confessar diante de todos. O destino não poderia favorecer outros se não os justos e o embate foi rápido, culminando com a vitória do clã de Hagarth.

Ainda cobertos pela excitação da glória, preparam-se para a viagem. Hagarth mostrou-se extremamente preocupado com aquela ideia de viajar até Nidaros em pleno inverno e tudo só piorou quando Olve disse conhecer um caminho pelos alpes Escandinavos! Mesmo sendo um viajante relativamente experiente, Lars sabia que teriam sérios problemas pela frente, mas pelo menos poderiam passar por alguns acampamentos nas montanhas e talvez, com sorte ou azar, encontrar sinais dos anões que lá viviam. Já que, desde a união dos mundos, os alpes tornaram-se Nidavellir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário