Histórico:
Em 150 DA, quando a Legião Fantasmagórica fazia seu caminho pelos
ermos do norte de Belregard, era uma das primeiras vezes em que os
homens de Virka deparavam-se com outros seres humanos e não tinham,
de imediato, uma postura agressiva. Se por um lado os dalanos foram
confundidos com um tipo de ser Selvagem, o mesmo não ocorreu com os
igslavos. Misturados com seus irmãos vihs, eles foram vistos como
hereges, pecadores, perdidos num caminho completamente contrário ao
qual a humanidade estaria verdadeiramente destinada. Como Larsen e
seus homens não dispunham de meios, e a necessidade de fixarem-se
logo era grande, deixaram os igslavos sem compartilhar um contato
direto.
Ao
contrário dos vihs, sempre arredios, desconfiados e hostis, os
igslavos ficaram curiosos com aqueles homens vestindo armaduras e
carregando armas de ferro. Era algo jamais imaginado para um povo
rude e simples, que vivia em pequenos ajuntamentos familiares,
tentando sobreviver ao rigoroso clima do norte. Com a partida da
Legião, igslavos e vihs foram novamente abandonados a própria sorte
e logo suas contendas particulares voltaram a eclodir. A imagem dos
cavaleiros do Vermelho havia enraizado-se na mente dos bárbaros e
quando o Baronato de Rastov finalmente firmava-se no norte,não foram
poucos os igslavos que ofereceram sua força bruta em troca do
conhecimento e da doutrina, para lançarem-se no combate contra os
Selvagens Dwerthären.
A
outra grande diferença entre os igslavos e os dalanos era sua
predisposição a hostilidade para com os Selvagens que ocupavam as
montanhas ao norte. O lar ancestral deste povo, junto com seus irmãos
vihs, sempre foi a Taiga Branca, uma imensa área florestal abaixo
das montanhas. Os primitivos não tinham grande interesse em ocupar
aquelas cavernas e salões, além do que os vogos também resistiam a
qualquer investida por parte de outros povos humanos e, ao contrário
dos vihs e igslavos, compactuavam de bom grado com os Dwerthären.
A
convivência com os belghos de Rastov lhes trouxe mais do que
conhecimento bélico. Eles foram convertidos e aprenderam sobre os
ensinamentos do Único. Entendiam que, dentro do grande plano do
Senhor, eles estavam um pouco abaixo dos belghos, que os acolheram,
mas acima de seus irmãos vihs, que ainda resistiam à nova ideia de
religião. A habilidade dos igslavos com armas de haste, limitadas a
lanças longas e toscas antes da assimilação, foi muito bem
aproveitada pelos homens do baronato, iniciando uma nova forma de se
combater nos túneis apertados dos senhores das rochas, lhes
proporcionando uma grande vantagem.
Apenas
muitos séculos depois deste primeiro contato, com vihs e igslavos já
fazendo parte do convívio em Rastov, é que surgiram os primeiros
sentimentos de uma independência étnica. Primeiro com os vihs,
devido ao evidente descontentamento para com a religião e as
doutrinas dos barões, cansados de serem explorados por nobres
covardes. Alguns igslavos, que ainda vinham alguma relação de
parentesco com seus irmãos rudes, foram motivados pelo mesmo motivo,
mas diferente do que ocorreu com os vihs, onde sangue foi derramado
para que se tomasse novamente suas terras ancestrais, os barões
deram aos igslavos suas concessões. Desse modo, uma nova castelania
surgia, permanentemente atrelada a Rastov.
Descrição:
Um povo de compleição robusta e acostumado ao clima severo do
norte, os igslavos são um exemplo de superação e da capacidade
humana em viver em locais ermos. Seguem o mesmo padrão de altura dos
belghos. Não existem grandes diferenças entre eles e seus primos
vihs, talvez apenas quanto a maneira de se portar, vestimentas e
alguns traços faciais discretos. Os igslavos possuem narizes
aquilinos, e ossos de suas sobrancelhas mais pronunciados, uma
característica que pode deixá-los facilmente com um semblante de
plena severidade.
Costumam
ter cabelos em tonalidades escuras e os olhos seguem o mesmo padrão.
A cor castanha e negra predominam neste caso. O uso da barba é comum
entre os adultos, que as mantém rasteiras e bem aparadas,
normalmente na forma de cavanhaque. Tranças nos cabelos dos homens
são a única visão possível para aqueles que os usam cumprimos. Um
cabelo longo e solto é sinal de indisciplina. As mulheres costumam
manter penteados elaborados em coques ou tranças ornamentadas.
A
mentalidade dos igslavos foi modificada no contato com os belghos.
Quando ouviram as palavras do Criador, aqueles homens simples
pareceram ter seus olhos abertos para a verdade. Consideraram sua
existência anterior um completo engano ilusório. A partir daí
surgiram os mais fervorosos seguidores da Fé. Homens comprometidos e
fanáticos pela religião propagada pelos belghos. Os sacerdotes
saídos deste povo representam o perfil de disciplina e aprendizado.
É graças a ales que as ordens mendicantes tem se proliferado entre
as fileiras da Fé. O total desapego ao que é material e a entrega
de corpo e alma ao Único, como ensinou Alec. No Tribunal do Santo
Ofício os igslavos configuram boa parte dos grupos executores,
responsáveis por fazer valer a vontade de Oradores e Eleitos.
Relações:
Os igslavos convivem muito bem com os belghos, a quem devem seus
“esclarecimento” quanto ao verdadeiro sentido da vida e dever do
homem em Belregard. Consequentemente, dão-se bem com os parlos, que
constituem uma parcela significativa de sua sociedade, como
trabalhadores honestos, humildes e temerosos. Se fosse possível
montar uma nova ordem no mundo, os igslavos colocariam os belghos
como Aqueles que Rezam, a si mesmo como Aqueles que Lutam e os Parlos
como Aqueles que Trabalham. Na visão dos mais conservadores, seria
uma existência em perfeito equilíbrio, sem as contentas de grupos
hereges.
A
atitude não é a mesma com relação as outras etnias de Belregard.
Para os igslavos seus primos de sangue bárbaro vivem num caminho
errado, mesmo tendo aceitado a supremacia da fé do Único, a heresia
continua enraizada no cerne da existência dos mesmos. Este não
seria o problema para um conflito real, mas o que torna a relação
difícil é o fato dos vihs apoiarem abertamente os dalanos. Estes
segundos possuem terras extremamente férteis e seriam um acréscimo
significativo à logística militar de Igslav. É nessa resistência
ao domínio que o conflito ocorre. Nenhuma guerra foi declarada, mas
parece ser uma questão de tempo para que isso aconteça.
Os
vogos representam tudo aquilo que os igslavos deixaram para trás,
ainda vivendo nas montanhas em grupos nômades de caçadores e
coletores, tendo como melhor aliado apenas o domínio do fogo.
Muito bom! mais um excelente pergaminho sobre este nobre cenário!
ResponderExcluirObrigado, Odin!
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